Andante,Andante...
"Nenhum momento de felicidade terá sentido se não for compartilhado"
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
PÁSSARO ARQUITETO - O ARREMATE
   PÁSSARO  ARQUITETO – O  ARREMATE  

   “Esta  história ,postada no recanto  há  algum  tempo  atrás,recebeu  recentemente um  “arremate”   por  alguém  da  família  do  Sr.Silvano.Achei  por  bem  transcreve-lo em  respeito  ao  adendo   que  me  foi  repassado.Assim,resolvi  republicar  o  texto original,acrescido  do  toque  no  melhor  estilo  “caprichoso” que  chegou  ao  meu  conhecimento”


Alguns  parentes  nossos residentes no  Centro  Norte  do  Paraná,resolveram  programar  uma  pescaria às  margens do  rio  Tibagi  num  dos  trechos,segundo  êles,paradisíáco.Foi a  familia  tôda:Pai,mãe,filhos,noras,netos,cachorro  de  estimação...Enfim  tudo  o  que  se  leva  nestas  ocasiões e,muita  comida e  bebida.Silvano,o  patriarca  da  família,com  acentuado  problema  de  visão usava  uns  óculos  daquêles   “tipo  garrafais"...
      Chegando  às  margens do  rio,começou  aquela  rotina  que  todos  conhecem:Entre  os  homens (depois  de  alguns falsos  elogios  às qualidades) determinara-se aquêle (coitado!)que  iria  assar a  carne.Este com  ego (falsamente)bem  amaciado , embrenhado   na  mata e  mártir  de  milhares  de  pernilongos começa  a  catar  lenha.Os  outros  partem  para  "dolorosa missão"de  empunhar os  molinetes e  varas  de  pescar.As  mulheres espalhavam  toalhas  xadrez  com  moranguinhos  bordados nos  cantos e outras  frescuras  do  gênero.Enquanto  isso  tudo  ia  ocorrendo,Silvano ,deitava-se e (literalmente) rolava-se  na  grama  com  o  bando  de  netos.Uma  grande  festa,um  grande  domingo.Comeram,beberam,pescaram e  divertiram-se  à  vontade.Principalmente "Silvano", que  mais  parecia uma  criança  entre  as  outras.Num  determinado  momento  das   brincadeiras  um  dos  netos  acabou  pegando  os  óculos  do  avô e  num  impulso atirou-o  para  o  ar.Os  óculos  ficaram  presos  ao  galho  de  um  arbusto  à   beira do  rio.Silvano  não  deu  muita  importância e  continuou  rolando  com  a  netarada.Estava tudo  tão  divertido que  apenas  no  caminho  de volta, há mais  de  6o  Km  de  distância,o  brincalhão  dera  pela  falta  dos  óculos.Era  muito  distante  para  voltar.Chegariam  à  cidade  e  comprariam  outro.Passaram-se  cinco  anos,uma  nova  pescaria nos  mesmos  moldes  fôra  programada.Tudo  no  mesmo  local.Veio  ao  patriarca a  lembrança  dos  antigos  óculos.O  arbusto  havia  crescido  bastante e  os  óculos  presos  no  galho,acompanharam  o  desenvolvimento   da  planta encontrando-se  à   uma altura  difícil  de   escalar.
     _ Ah!...deixa  pra  lá,disse  Silvano...Tenho  óculos  novos ! pra  que  se  preocupar...
      Mais  5  anos  se  passaram,a  mesma  história  a  se  repetir;porém,desta  vez  quando  estavam  a  mais  ou menos  uns  oitocentos  metros  do  local avistaram  algo  que  brilhava  intensamente  à  luz  do  sol.Intrigados em  saber  do  que  se  tratava  aumentaram  a  velocidade do  carro.Ao  chegar  no  local, já  bastante conhecido,eis  a  surpresa:O  arbusto  que  da  última  vez   tornara-se  uma  árvore  havia  crescido  muito;e  bem  no  alto um  João  de  Barro ao  construir  sua  casinha  servira-se  dos  óculos  de  Silvano e  os  adaptara  como duas  janelinhas envidraçadas que  luziam  ao  sol,num  modelo  arquitetônico bastante  ousado.
(Esta  é  uma  história {VERÍDICA} que  relembrada recentemente com  alguém  da  família recebeu  o  seguinte “arremate”)
  Silvano,infelizmente,não  mais  encontra-se  entre  nós.Os  membros  de  sua  família continuam   fazendo  suas  pescarias  nas  águas  do  Tibagi,exatamente  no  mesmo  trecho  onde  ocorreu  o  episódio.
  Num  destes  animados  domingos,perceberam  que  muito  pouca  coisa  mudou  por  ali.Apenas  o  arvoredo  bem  mais  crescido ,demonstrando  alguns  traços  de envelhecimento.
A  casa  dos  pássaros  tendo  recebido  alguns  retoques , continua  com  boa  aparência.Porém , a  família “Barro”  não  esconde  as  marcas  do  tempo.
Joana  de  Barro,obesa e  grisalha,  limpava  as  vidraças reclamando  de  pouca  visão e  acentuadas  dores na  coluna.
João  de  Barro,calvo  e  barrigudo,refastelava-se  numa rêde  brincando  com um  neto que  viera  passar  uns  dias  com  os  avós.
De  resto,a  exuberância  da  natureza.


       PS.:Em  respeito  a todo  o  meu  esfôrço em  tentar  parecer  engraçado,por  favor ;riam....Se  não for  possível esboçar  externamente  um  sorriso,sigam  o  exemplo  de  Jô  Soares:Morram  de  rir  internamente.
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 10/05/2011
Comentários