Houve um tempo em que eu morei por aqui.
A casa,que não mais existe,lançava um olhar de sótão e,enamorava-se do que via.
Odores de setembros varavam pelos desvãos e a singeleza dos compartimentos ,ungida, fazia-se acalanto.
O portão de entrada rangia sob o cedrinho inclinado,e o sorriso franco de algum compadre esparramava-se sobre a calçada de tijolos irregulares.
Zumbidos rompiam silêncios e o cheiro da fornalha incensava terreiros bem varridos.
Hoje,é um tempo em que passo e relembro que um dia eu morei aqui.
Azaléas e glicínias,abrem-me o mesmo sorriso florido dos tempos idos e o pereiral,perfilado,compromete-se em vestir-se de branco à espera de minha próxima passagem.
Aquela casa persiste ,escriturada no cartório de minhas lembranças.E aquêle olhar de sótão,ainda enamora-se de meus passos na estradinha de chão que continua a mesma.
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IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 02/09/2012