Andante,Andante...
"Nenhum momento de felicidade terá sentido se não for compartilhado"
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DIVAGAÇÕES NA BOCA DA NOITE


Cai a noite sobre todos os silêncios.
Pálida chama de um lampião, desenha em retângulo uma janelinha de madeira.
Emoldura entre as formas, um rosto de mulher.
[ Nem alegre, nem triste. Parece resignado,apenas ]
Nuvens abafadas denunciam tempestade.
De quando em quando um risco luminoso crava-se em punhal ,num céu grávido de chuva.
E um trovão, rouco de distância, soa dolorido feito coiote vadio nas brumas da madrugada.
Andam ao vento,acordes de um violão.
[ Desentoado, ainda que...Apaixonado ]
Centenário pinheiro ao redor da casa acolhe entre os braços, asas itinerantes,
Franzinos , os braços, harpejam no breu da noite, canções de araucárias.
A tensão pré tempestade assola a aldeia desolada.
[ Há um rosto rastelando no olhar o espaço pastoso do céu ]
Aves albergadas, solidárias , espreitam do alto
A solidão da mulher na janela.
Aos primeiros pingos , ergue-se do cháo a essência da terra
E a janelinha se fecha para um céu em trabalho de parto.

Joel Gomes Teixeira
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 24/03/2018
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