Acabo  de  ouvir  numa  dessas  emissôras  de  rádio  que  varam  a  madrugada  "Matando  saudades",uma  canção  que  fez  sucesso  em  1972 (nos  meus  áureos  tempos de  namoros,bilhetinhos  e  outras  amenidades do  gênero) na  voz,muito  bonita,diga-se  de  passagem,do  cantos  Nilton  Cezar.Encarcerada  nas  masmorras do  esquecimento (?),ninguém  a ouve em  programações  diárias,em  horários mais  apropriados.Programadores de  rádio,acredito,morrem de vergonha  de  incluir  em  suas  grades  coisas  assim  tão "Bregas",tão  fora  de  moda,um  horror,na  concepção  dos  mais exaltados.Daí  eu  pergunto:E se de repente  o  Caetano resolver grava-la?  E  eu  mesmo  respondo:Ah!.bom,aí  são outros  quinhentos;Caetano  tem  grife e  qualquer  coisa  fica bonita  na  sua  interpretação.E  eu  concordo também.Mas,desabafos e  ransinsices à  parte,vamos  ao  que  interessa:Atentem  para  a  beleza  desta  letra:
      
     Receba  as  flores  que  lhe  dou
     E em  cada  flor  um  beijo  meu
     São  flores  lindas  que  lhe  dou
     Rosas vermelhas  do  amor...
     Amor  que  por  você  nasceu!

    Que  seja  assim  por  tôda  a  vida
    E  a  Deus  mais  nada  pedirei
    Querida  mil  vezes  querida
    Deusa  na  terra  nascida
    A  namorada  que  sonhei

    No  dia  consagrado  aos  namorados
    Sairemos  abraçados  por  aí  a  passear
    E  um  dia  no  futuro  então  casados
    Mas  eternos  namorados
    Flores  lindas  eu  ainda  vou  lhe  dar

  Minha  gente,se  uma  escancarada declaração  de  amor  como  esta  é  coisa  brega,então  realmente  eu  não  sei  o  que  é  chic.
  Independente  do  conceito  que  você  possa  ter  o  fazer  sobre  o  assunto o  importante  é  frizar  que  há  27  anos  atrás  era  isso  que  se  ouvia,dançava-se de  rosto  colado,sentindo  o  aroma  de Hora  Íntima  na  pele  da  amada e  hoje  volta  como  uma  grata lembrança,cheia  de  ternura,de  um  tempo  dourado,de  grandes  amores.
  Enquanto  isso,vem  do  quarto  de  meu filho umas  rimas  meio "sinistras"...Algo  mais  ou  menos  assim:"inha,inha,inha...Vem  tirar  minha  calçinha///Ahn,Ahn,Ahn...Vem  tirar meu  sutiã...No  curto  percursso  que  faço  até  chegar  ao computador,me  passa  pela  cabeça a seguinte  indagação:"Que  tipo  de  emoção  "essa  coisa" lhe  provocará ,se  por  ventura  ainda  tocar  em  alguma  rádio daqui  há  27  anos?"....