Andante,Andante...
"Nenhum momento de felicidade terá sentido se não for compartilhado"
Capa Meu Diário Textos Áudios Fotos Perfil Livros à Venda Livro de Visitas Contato Links
Textos
DILMA!...ÊSTE É O NOSSO PAÍS
          DILMA!...ÊSTE  É  O  NOSSO  PAÍS


       A  Maria  Dilma ,carinhosamente,citou  meu  nome  em  sua  crônica  "Que  País  é  êsse?",o que deixou-me  muito  honrado.
       Com  muita  satisfação tive  a oportunidade  de  conhecer  um  pouco  da  "Terra  do  Sol".Encantou-me  a  sua  narrativa descrevendo com  muita  competência os  tais  ventos  que  vêm  da  praia...A  praia  da  Pedra  do  Sal.A  leitura  permitiu-me  a  criação  da  imagem de  beleza  de  tudo  aquilo,além  de  auto propiciar-me da  leveza  da  brisa  marinha  batendo contra  o  rosto.
        E  ela  continua  arrasando.Com  seus  cajus (de  cujo  sabor  só  conheço  aquêle  artificialmente industrializado em  pacotinhos  de  suco),os  doces  feitos  a  partir  da  pôlpa e  a  famosa  cajuína,que  presumo seja  uma  espécie  de  refresco  ou  refrigerante.
        Sapotis?...Nunca  vi,não  comi,eu  só  ouço  falar.O  único,ou  melhor,a única  que  conheço é aquela  cantora  famosa da  velha  guarda que  leva êsse  terno  apelido.
        Pães  de  queijo  na  mesa  do  meu  amigo  Roberto  Rego...E  certamente  nas  mesas  de  José Cláudio,Layara,Celêdian,Merô e  tantos  outros mineiros  recantistas.Dêstes eu  até  conheço  a  versão  paranaense,que  acredito  seja  bem  inferior  à  qualidade mineira dos  tais  pãesinhos  famosos.
        Ela  fala  nesta  troca  de  conhecimentos,de  costumes e  tradições entre  as  regiões  dêste  nosso  imenso  País.Refere-se  aos  nossos pinhões  como  algo  do  qual  sequer  conhece  o  sabor.
       Então,nêste  intercâmbio,resolvi lhe  enviar  alguns  pequenos  detalhes  de  coisas  típicamente nossas aqui  do  Sul.
        FALANDO  DE  PINHÕES
      
       O  meu  Paraná é  a  terra  das  araucárias,ou pinheiros como  são  mais  conhecidos.
       São  árvores  belíssimas,quase em  extinção,muito  embora  ainda  existam milhares  delas.Sobressaem  às  demais espécies  vegetais por  seu  porte esguio e  alongado,um  verde  mais  escurecido  em  suas  ramagens espinhosas em  formato  de  taças  que  levantam-se  em  brinde  aos  céus  azulados  da  minha  terra.
       Poéticamente  até  se  poderia  dizer:
       "Os  braços  franzinos  das  araucárias arpejam  ao  vento,as  notas  trazidas  em  rôtas  partituras  pelos  minuanos  dos  pampas".
       Nada  é  mais  belo  e poético  que  a  canção dos  pinheiros num  dia  de  vento.
       A  ave  símbolo  do  Paraná  é  a  gralha  azul.Pássaro  que  alimenta-se  dos  pinhões,frutos da  pinha  do  pinheiro.Instintivamente   ela  sabe  ser  no  inverno  a  época  dos frutos.No  intuito  de armazená-los  para  as  estações futuras ela  os  enterra em  locais diversos imaginando  estar  escondendo das  demais  aves  de sua  espécie.Como não  poderia  ser  diferente,acaba  esquecendo e  aí novas  araucárias despontam plantadas  pela ave  paranaense.
      Minha  cara  Dilma,se  por  aqui  aportasse certamente  iria  conhecer  e  desfrutar  de  hábitos  e  costumes  bem  diversos  dos  seus.Na  hipótese  de  ser  recebida  numa  casa  de  imigrantes,poloneses ou  ucranianos,por  exemplo,e  aí  vêm-me  a lembrança  de  "Grudinska",aquela  da  crônica,lembra-se?
      Numa  noite  de  frio uma  polaca  de  olhos  hortenciados lhe  serviria um  prato  cuja  pronuncia  é  algo  parecido  com "Borshe" e  que nada  mais  é  que  uma  deliciosa  sôpa,bem  quentinha,preparada com  beterraba,carne  bovina  e  demais ingredientes.Acompanhariam  os  famosos  "pirogues",pasteisinhos poloneses,cozidos,recheados  com  batata  e ricota e  à  sua  escolha:um  molho encorpado  de  tomates ou  nata  para  besuntá-los.Haveria  também um  leitão  à  pururuca e  um  pote  de  um  molho  preparado  a  partir  de  uma  raíz forte ao  qual  denomina-se "Kren".Uma  delícia!...É  claro,não  faltariam os  charutos  envolvidos em  folhas  de  "capuxta" (repolho).
      Tendo  aportado  numa  casa  cabocla,depois  de  muito  bem  recebida  com  pratos  mais  conhecidos  da  cozinha  brasileira,iria encontrar algumas  comadres,quase  entrando no  fogão  à  lenha,a  cuia  de  chimarrão  correndo  de  mão  em  mão e o  bule,eternamente cheio  de  café  quentinho.Na  chapa  estariam  estalando  os  pinhões  e  a  cozinha  tôda  estaria  tomada  daquêle  cheiro  delicioso  que  desprende-se do  fruto  quando  assado.Caso  os  preferisse  cozidos,certamente haveria  um  caldeirão de  ferro,tal  como  o  bule,também  eternamente repleto  dos  frutos  do  inverno..
      Pinhões  selam  amizades,unem  sulistas  em  torno  dos  fogões  de  lenha,estimulam grandes  e  descontraídos bate-papos.
      E depois,em  qualquer  uma  das  casas,um  gôrro  na  cabeça,um  grosso  agasalho,meias  grossas e uns  dois  ou  três  cobertores  de  lã já  seriam  suficientes  para  encarar  uma  noite  de  inverno  dos  "bravos".Em  alguns  lugares,pode-se  ainda  encontrar acolchoados  de penas  de  ganso.
      Mas não  te assustes.A  natureza  é  pródiga  e o  frio  nos oferece  companhia por  pouco tempo.A  partir  de  setembro as  temperaturas  vão  ficando  mais  amenas e  o  calor  vai  chegando.Quanto  aos  frutos,você  tem  o  privilégio  da  facilidade  e  abundância  dos  cajus,dos  sapotis,das  jaboticabas...Nós,das  maçãs,dos morangos,dos  araçás,dos  pêssegos...
      E viva  êste  nosso  Brasil  tão  imenso  e  tão  lindo!
      Salve! Recanto  mágico  que nos  permite  esta  troca  de  informações  e  êste  calor,ainda  que  virtual,de  nossas  amizades.
      E  para  encerrar,uma  trovinha  do  nosso  folclore:
      

      "Pinheiro  dá-me uma  pinha
       Pinha  dá-me  um  pinhão
       Menina  dá-me  um  abraço
       Que  te  dou  meu  coração"
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 18/07/2010
Comentários