SER DO SUL
SER DO SUL
Nós,os sulistas,assumidamente temos um amor profundo por nossa região.Isso está no sangue.Orgulhamo-nos de nossas tradições,nossos costumes fortemente influenciados pelas diversas etnias que por aqui aportaram colonizando os três estados que compõe a região.
É possível que todos os brasileiros,de tôdas as demais regiões,sintam o mesmo em relação à sua terra natal,porém,fica por nossa conta esta exteriorização de sentimentos que por vezes chega a um quase bairrismo.
Na terra de Giustina há uma canção que chama-se "Eu sou do Sul",cuja letra revela a mistura de emoção e orgulho de um "pampeano" nos pagos do Rio Grande.Outra canção fala em sua letra:"Ah!...Quanta saudade//Do Rio Grande do Sul//Onde os campos são mais verdes//Onde o céu é mais azul...Dá pra sentir as demonstrações de escancarado afeto nas letras,não é mesmo?
Lu Genovez,conhecida por todos aqui no recanto,costuma dizer:"O Sul é o meu País!"...Claro que é apenas mais uma das muitas declarações de amor por sua amada Santa Catarina.
Por aqui,junto-me em minha humildade,aos muitos paranaenses de pêso cá no recanto que enaltecem a nossa gloriosa terra das araucárias.O pinheiro do Paraná,plantado pela gralha azul e cantado em prosa e verso por paranaenses ilustres como Paulo Leminski,Helena Kolody,Lilian Reinhardth,dentre tantos outros.
Coração de sulista,para que bata forte,precisa de coxilhas,minuanos,geadas e nevascas.Serras azuladas de distâncias e campos de trigo tão louros quanto os cabelos de nossos imigrantes eslavos.
Olhos de sulistas costumam perder-se entre revoadas barulhentas de quero-queros e curucacas.
Mãos de sulistas precisam de cuias quentes para aquecerem-se nos dias gelados de inverno,quando segundo a canção "O céu é mais azul" e eu diria que as estrelas aproximam-se ainda mais de nossa gente.
Alma de sulista é hospitaleira e guarda afetos à quem dela se achega.
Enfim,"ser do Sul" é ter olhos que mastigam poesias e depois ruminam orgulho de sua terra.
Estas reflexões ocorreram-me durante a minha caminhada da tarde.O dia ia morrendo numa beleza ímpar e sobre o viaduto eu mastigava os versos de uma tarde quieta num silêncio de paralelas de linha férrea.As casas,no pequeno vale adormecido,guardando segredos de araucárias.Um cheiro quase nostálgico das laranjeiras em flor e o céu rasgado em retalhos multicores atrás dos montes.
Veio-me à lembrança o divino "Mário Quintana",e aí fica impossível não plagiá-lo numa de suas mais belas frases:
"E nêste meu romantismo vagabundo,é pra nós que São Pedro ainda pinta os "MAIS LINDOS CREPÚSCULOS DO MUNDO".
Bah!...Tchê!...Que os olhos até marejam,gurizada!...
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 29/08/2010