COISAS DE SETEMBRO
COISAS DE SETEMBRO
Tecem cinamomos as teias sobre o muro...De cheiros e floradas que,se bem me lembro,são coisas de setembro.
Setembros já distantes em nossas primaveras,alisadas feições,ansiosas esperas,as mãos tecendo meias,sonhos acalentados...Bêrços embalados!
Alegria de ninhos!...Frágeis passarinhos...
E outros cinamomos,teceram novas teias,pulsaram-se as veias...Cresceram passarinhos.
Asas emplumadas,infinito é o limite...
Setembros hoje em recados, aos nossos calmos outonos,sulcadas feições,ansiosas esperas,mãos que já não tecem,corações que não esquecem!
Retornos aos velhos ninhos!...Emplumados passarinhos...
E até que estas asas flanem porta à dentro,olhares embassados,buscando o firmamento.
No peito então floresce com a força de uma prece o desejo de que nada prejudique a revoada.
Um pedido ao criador,como gesto derradeiro,conceder à passarada um céu de brigadeiro.
E a pena mergulhada no tinteiro do tempo registra em linhas de rugas estas coisas de setembro.
Nestas tardes de domingo em céus de abandonos,com teias entretecidas no cheiro dos cinamomos.
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 05/09/2010