Decididamente! Não acompanho minha idade.
Reconheço.
Deve ser minha sina,mas aquele cara dos anos 70 não larga do meu pé.
Insistente, não desiste mesmo.É um verdadeiro "grude!"
Claro,eu tento dizer-lhe:Vê se te manca,sujeito!
[Ele não me obedece]
Conversando sobre isso com um amigo do tipo "certinho",totalmente dentro dos parâmetros estabelecidos para a nossa idade,à mim,que ando meio fora da casinha,o distinto recomendou:
-Tome chá de "Tília" que você já apaga o facho.
Como nem imagino o que seja esta tal de "Tília" prefiro não mecher no processo.
Por conta disso,não abro mão de bermudas e jeans com abundância de bolsos,tênis e camisetas bem esportivos,ainda que o "politicamente correto" fossem aquelas calças com vinco,discretas camisas e sapatos,aliados àquela expressão sizuda tão peculiar à confraria dos meia zero e adjacências ( oscilante para mais ou para menos segundo a margem de êrro).
Me desculpem! Mas prefiro aquele "olhar 43" que costuma a ajudar no vislumbre de um mundo em tons e matizes bem mais amenos.
Era nesse pique que nesta manhã quase gelada,eu pisava o invernoso asfalto da terrinha à caminho do meu trabalho.
As brumas,tão comuns neste meu "vale",agazalhavam a cidade e as beldades Iratienses eram aos poucos reduzidas à vultos instingantes que iam deixando pelo caminho seus "ecos & cheiros".
[Botas elegantérrimas ferindo a calçada em seus saltos altos e os "Boticários da vida" espargindo romantismo e sensualidade pela nebulosidade do ar]
Por uma questão de justiça,não posso deixar de referir-me à alguns exemplares barbados,"nos trinques",vez e outra submergindo nas brumas da manhã.
[Ainda que a "leva" mais delicada,com seus casacos,botas e cheiros fosse apenas o que mais interessava]
No trecho,meus botões e eu.
Na cabeça, o "metido à gostoso" dos anos 70,fuchicando-me:"Creedence,Beatles,Nazareth,Ton Jhones..."
[Sábados podem ser excitantes.Criam expectativas,ainda que ,por vezes no cair das fichas,tudo vire apenas frustração]
Mas,como sempre há um " porém",eis que o lado mais discreto deste que vos escreve,em total rebeldia,martela uma frase de uma canção que já ouviu,ainda que não seja o gênero que mais aprecia.
Assim,entre uma passada e outra,a conflitante relação de estilos,bolinava-me a cabeça e rock e poesia iam-se alternando.
Chegando em casa,corro para o you tube e me dou conta de que a canção é linda,realmente.
[Mas não abro mão das barulheiras e embalos do "piazão" que me habita]