Andante,Andante...
"Nenhum momento de felicidade terá sentido se não for compartilhado"
Textos
A PRESERVAÇÃO DAS "CAPICHUCAS"
Nhá Soledade, a velha Belica e Dolores do boteco,retornavam de um passeio na casa das comadres.No meio do caminho,debaixo de uma árvore, decidiram mostrar - uma às outras- as respectivas capichucas.Nha Soledade ficou admirada com o tamanho da capichuca da velha Belica.Envaidecida,esta explicou: É das antigas ! Bem cuidada, lavada só uma vez ao ano e jamais deixei o falecido toca-la! Por mais que ele insistisse.Por isso está tão conservada.Dolores do boteco, desabafou:Meu véio não larga da minha capichuca e ainda não a trata com carinho, razão do porque estar neste estado a coitadinha.Soledade sorriu e disse:Eu cuido muito bem daquela que possuo,mesmo porque,não tenho ninguém na vida pra compartilhar a minha doce capichuquinha, tão delicada e tão...tão...só minha.. O vento de abril refrescava as capichucas que punham-se descaradamente à mostra.
De repente um tropel.
Um cavaleiro surge em seu cavalo branco.Vem assobiando uma canção dentro da tarde, estala o chicote e singra a estradinha de chão.
Meu Deus ! É Leocádio ! O solteirão assanhado que mora pra lá da sanga, diz Nha Soledade, apreensiva.
E o sonho de consumo dele é uma capichuca. Meu marido foi quem contou-me, diz Dolores do boteco.
Rapidamente escondem as capichucas debaixo das saias.
Leocádio, todo sorridente, cruza por elas fazendo um ligeiro aceno com o cabo do chicote.
Segue em frente e as “meninas” respiram aliviadas.
Assim que o cavaleiro desaparece na curva do caminho, retomam suas capichucas,montam os palheirinhos e pitam a placidez da tarde.
A você que já estava pensando em outra coisa, fique sabendo que “capichuca” é o nome que se dava (ou dá-se ainda) à bexiga suina retirada durante a carneança, lavada, e tratada, presa a um fio de elástico,feito uma sacolinha.
Artefato ideal para armazenar fumo picado.
Dizem que preserva a maciez, o cheiro e o melaço do mesmo.
Ah! Estas inocentes capichucas.
Nhá Soledade, a velha Belica e Dolores do boteco,retornavam de um passeio na casa das comadres.No meio do caminho,debaixo de uma árvore, decidiram mostrar - uma às outras- as respectivas capichucas.Nha Soledade ficou admirada com o tamanho da capichuca da velha Belica.Envaidecida,esta explicou: É das antigas ! Bem cuidada, lavada só uma vez ao ano e jamais deixei o falecido toca-la! Por mais que ele insistisse.Por isso está tão conservada.Dolores do boteco, desabafou:Meu véio não larga da minha capichuca e ainda não a trata com carinho, razão do porque estar neste estado a coitadinha.Soledade sorriu e disse:Eu cuido muito bem daquela que possuo,mesmo porque,não tenho ninguém na vida pra compartilhar a minha doce capichuquinha, tão delicada e tão...tão...só minha.. O vento de abril refrescava as capichucas que punham-se descaradamente à mostra.
De repente um tropel.
Um cavaleiro surge em seu cavalo branco.Vem assobiando uma canção dentro da tarde, estala o chicote e singra a estradinha de chão.
Meu Deus ! É Leocádio ! O solteirão assanhado que mora pra lá da sanga, diz Nha Soledade, apreensiva.
E o sonho de consumo dele é uma capichuca. Meu marido foi quem contou-me, diz Dolores do boteco.
Rapidamente escondem as capichucas debaixo das saias.
Leocádio, todo sorridente, cruza por elas fazendo um ligeiro aceno com o cabo do chicote.
Segue em frente e as “meninas” respiram aliviadas.
Assim que o cavaleiro desaparece na curva do caminho, retomam suas capichucas,montam os palheirinhos e pitam a placidez da tarde.
A você que já estava pensando em outra coisa, fique sabendo que “capichuca” é o nome que se dava (ou dá-se ainda) à bexiga suina retirada durante a carneança, lavada, e tratada, presa a um fio de elástico,feito uma sacolinha.
Artefato ideal para armazenar fumo picado.
Dizem que preserva a maciez, o cheiro e o melaço do mesmo.
Ah! Estas inocentes capichucas.
IRATIENSE THUTO TEIXEIRA
Enviado por IRATIENSE THUTO TEIXEIRA em 25/04/2020
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