Chico Chicão.A  coisa  não  é  bem  assim  com  tu  o  dizes em  seu  mais  recente  texto.Desconheço o  que  disse  Paulo  Leminski,no  entanto li um  livro escrito  por  alguém  da  familia "Choma", descendente  de imigrantes  ucranianos,à  quem  foram  destinadas terras no  municipio  de  Marechal  Malet,vizinho  à  minha  cidade  de Irati.Ele  relata  em  um  trecho  do seu livro,sobre  a fome  que  passava uma  familia de  seus  ancestrais embrenhada  na  mata em  busca  da localidade  onde  lhes fora  destinada  a área  de  terras.Haviam  muitos  pinhões  espalhados pelo  chão (os  meninos  cataram,por  curiosidade)e  não  tinham  noção  de  que  aquilo  lhes  serviria  de alimento.O  súbito  encontro com bugres,ou  índios e estes  os ensinaram como comer  os  frutos  das  araucárias.Ficaram  amigos,e  o  autor fala  da  emoção  e  do carinho  que  seu  ancestral  tinha  pelos  índios  e da  afeição,recíproca , destes  para  com  os  ucranianos.Dou  muito  valor  a  estes europeus  pela  garra  e  perseverança que  sempre  tiveram.No  livro, em  sua  narrativa, consta  que  ao  chegarem ao  lugar  que  lhes  fora  destinado,o  lote  de  terras que  iria  lhes  pertencer era  encoberto  de  pedras. O  ucraniano questionou o  que  fazer, ao  que  a  "otoridade" brasileira, muito  boazinha,é claro, lhe  respondeu:Retire  as pedras e  plante,e  desatou  a  rir.Calado e  humilhado  o  ucraniano  reuniu  a  familia,catou  as  pedras, com  elas ergueu uma  espécie  de muro   e a  terra produziu o  que  ele  precisava  para  o  sustento. Foi  um  trabalho humilhante  e forçado,mas  prevaleceu  a  força  e  a  coragem  do  sangue  europeu. Até hoje  as coisas  são  meio  parecidas e  preconceito há  também  por conta  de brasileiros.Vale  dizer  que  os  descendentes de europeus usaram  de  sua  força  de trabalho  para  chegar onde estão:A  grande maioria,bem  situada na  vida,com  grandes  propriedades,plantações,boas  moradias e  confortáveis veículos.Fruto  de muito  trabalho,do  enfrentamente sem  medo, do rigoroso  inverno paranaense.Enfim,um  povo  que  batalha  e merece todo o nosso  respeito.No  meu  local  de trabalho convivo diariamente  com  este  povo maravilhoso à  quem  forneço  sementes das  mais  variadas.Digo  com  tranquilidade  que  desconheço preconceito de  uns com  os  outros.As  alegrias  de festejos  no  interior e na  cidade,são  compartilhados entre descendentes  de europeus e brasileiros  natos.Tudo  foi  incorporado numa  boa  entre  as  raças.Europeus  são experts  em receitas que  trouxeram do  além  mar (como pierogue, borsch, cucas ,pivos  e  corovais).Brasileiros  são  experts em  tutu  de feijão, feijoada e  farofas.Assim, numa  mesma  mesa  há a  partilha  de ambas  culinárias,muito  riso  e  animação.
Admiro  o talento  e cultura  do  senhor  Rafael  Grecca de  Macedo,prefeito  de C uritiba  e tenho comigo  de  que  sua  real  intenção tenha  sido  distorcida  pelo  vereador curitibano.Enfim,meu caro, vamos  encarar  o  mundo  com menos mi mi mi e reconhecer  o  valor  que  o  Brasil como  um  todo tem  para  cada  brasileiro,nato  ou imigrante.
Quanto  ao  Paraná, percebo  que  o  senhor está  frequentemente  na  linda  Maringá.Arrisco,sem  medo  de errar  que  deves  ser  muito bem recebido por  aquela  gente,o  que  é peculiaridade  de  todos nós, os  sulistas.
Um  abraço!